Não há como falar da história do Carnaval em Ribeirão Preto sem citar a influência do francês François Cassoulet, chegado à região em 1903, atraído pela economia cafeeira. Em busca de riquezas, Cassoulet instalou na cidade o Cassino Eldorado Paulista, uma casa de shows e diversões que ganhou prestígio na época e ele logo se tornou o magnata das diversões da cidade.

     No mesmo ano foram realizados os primeiros desfiles de carros alegóricos, incentivados pelo francês. A festa acontecia nas ruas que hoje compreendem as avenidas que formam o quadrilátero central da cidade. Na época, a população da cidade não ultrapassava 20 mil habitantes

     Os carros alegóricos eram armados em carroças, com animais vistosos, fantasiados com seus arrebiques e vestimentas especiais. Só em 1916 os carros motorizados começaram a participar dos desfiles. Não faltavam confetes, serpentinas, bexigas d’água e lança-perfume, que até então não era considerado nocivo à saúde.

     Uma banda percorria as ruas da cidade tocando as marchinhas de Carnaval que até hoje fazem sucesso, como "Confete", "Jardineira", "Bandeira Branca", entre outras. O povo fazia a festa na rua e nos clubes, como na Recreativa (ponto alto dos bailes da época), União Geral dos Trabalhadores, Sociedade Dante Alighieri, Salão Auxiliadora e Sociedade de Socorros Mútuos.

     Cada um se vestia como podia. O Carnaval era chamado de "Micareno". E os participantes "micaretas", desde que estivessem mascarados. Não faltavam sifões de água-de-cheiro, perfumes ou líquidos, que vinham em garrafinhas importadas geralmente, da França.

     Logo o Carnaval se tornou a festa mais empolgante do ano. A cidade toda tomava parte. A grande animação, na época, durou até 1930, quando houve a quebra da safra de café. Até então não existiam escolas de samba, mas já havia indícios da formação da primeira agremiação através dos "entrudos", nome atribuído aos participantes populares do Carnaval de rua que nos desfiles levavam seus instrumentos.

     O primeiro cordão de carnaval começou a ser formado em Ribeirão Preto em 1927. Dois anos depois, sob a presidência de Aristóteles, ele já havia se tornado Sociedade Recreativa Dançante Bambas. No ano seguinte a escola fez seu primeiro desfile, com quase 200 componentes. A primeira competição entre escolas de samba aconteceu 1936, quando dissidentes dos Bambas formaram o cordão "Meninos e Meninas Lá de Casa". A estreante Meninos foi a vencedora. De uma nova dissidência surge a Escola de Samba Aliados em maio de 1957.

     Em 1964 os Bambas, sob a presidência de Benedito Fernandes Pereira – o Bentão – decidiu não desfilar. Naquele mesmo ano novos dissidentes formaram a "Aliados", cujo presidente era Geraldo José Miguel. A quarta escola a aparecer foi a Acadêmicos do Jardim Paulista, no início dos anos 60, presidida por Raimundo Caldas Durão.

     No fim da década de 60 surgiu a escola Embaixadores dos Campos Elíseos, composta por dissidentes da Acadêmicos do Jardim Paulista. O mestre-sala Luiz Carlos Nascimento foi o primeiro presidente. A Academia de Samba do Ipiranga, do mestre Oscarzinho, surgiu no começo da década de 70.

     Ao longo desses anos várias outras escolas surgiram e marcaram o Carnaval ribeirão-pretano com suas participações. É o caso das extintas Mocidade Independente da Vila Tibério, Chuva de Prata, Palmeirinha e Rosas de Ouro. Em 2002 três escolas consolidaram a participação no carnaval da cidade: Embaixadores, Tradição e Bambas, que foram para a avenida acompanhadas de outras três mini-escolas – Camisa 12, Acadêmicos do Sudeste e Verde e Rosa. Em 2003 as seis voltaram para a avenida, desta vez todas na condição de escola de samba. No ano de 2004 a Camisa Verde e Rosa e a Tradição se afastaram por um desfile, mas voltou a Escola de Samba Camisa Preta e Branca, originária dos Blocos Carnavalescos da década de 1980 e transformada em Escola de Samba em 1989, que estava afastada dos desfiles desde 1995.

     Em 2005 por opção das Organizações Carnavalescas não houve desfile. Em 2006 o Carnaval retorna com o tema Ribeirão 150 em comemoração ao Sesquicentenário da cidade com a participação de seis Escolas de Samba: Embaixadores dos Campos Elíseos, Bambas, Camisa 12 Corinthiana, Acadêmicos do Sudeste, Camisa Preta e Branca e Tradição do Ipiranga.

     A rua General Osório e Esplanada do Theatro Pedro II foram os primeiros palcos dos desfiles das escolas de samba na cidade. Em 1980 foi realizado o primeiro desfile na avenida da Saudade. De 1985 a 1993 o desfile passou a ser realizado no Sambódromo montado na avenida Costa e Silva, que passou a denominar-se "Passarela do Samba Mestre Oscarzinho". Em 1994 o desfile efetuou uma rápida passagem pela Avenida Orestes Lopes de Camargo, próximo ao Parque Permanente de Exposições, retornou para a Avenida Costa e Silva em 1995 e a partir de 1996 passou a ser realizado na Avenida Eduardo D’ Andréa Matarazzo (Via Expressa Norte), onde ficou até sua transferência, a partir de 2002, para a Avenida Mogiana.