G.R.C.E.S. (Grêmio Recreativo Cultural Escola de Samba)

X-9

Fundação: 01/05/1944
Cores: Verde, Vermelho e Branco
Títulos: 1955 1956 1964 1973 1975 1976 1977 1978 1979 1981 1983 1990 1995 1996 1998 2008

 

    

     Dentro dos padrões que definem uma agremiação carnavalesca como uma escola de samba, a X-9 foi a primeira a surgir em toda a região. Existem relatos que enumeram, entre 1936 e 1941, a ocorrência de atividades envolvendo antigos sambistas que, supostamente, teriam criado escolas de samba. Nenhum deles, porém, evidencia que, antes da X-9 tenha existido uma agremiação que possa ser definida como as escolas de samba que conhecemos.

     Quanto ao pioneirismo da X-9, é preciso esclarecer que as agremiações surgidas anteriormente (Não é o que dizem, 39; Dois Pingüins, 40; Número 1 do Canal 3, 41 e Aí Vem Favela, 42), não passavam de meros grupamentos de samba, com cerca de 40 a 60 componentes. A X-9 também teve a mesma origem, mas logo ganhou nova e definitiva configuração.

     Primeira na Baixada, a X-9 também é uma das pioneiras no Brasil. A mãe de todas as escolas é a Deixa Falar, fundada em 1928, pelo imortal Ismael Silva, responsável também pela criação da expressão Escola de Samba. Vizinha Faladeira, outra agremiação também extinta como a Deixa Falar, também está entre as primeiras. Mangueira e Portela vieram no rastro.

     A X-9 foi efetivamente fundada em 1º de maio de 1944, mas sua origem remonta aos carnavais de 39 a 41, quando da existência do Rancho Carnavalesco dos Carvoeiros, fundado por estivadores. Esse Rancho deu origem ao Conjunto Mensageiros do Samba e pouco depois a um grupamento de samba, que saia da Rua Almirante Tamandaré, no Macuco. O nome X-9 vem de uma revista policial da época. Um pequeno grupo de batuqueiros (Manezinho, Catarina, Acácio e outros) foi animar um baile pré-carnavalesco do Santos Dumont F.C, em 44. Logo na entrada, o percussionista da Banda que tocada no clube, Waldomiro da Silva Ferreira, o Tricolor, emitiu um gracejo que acabou dando nome à primeira das escolas de samba de Santos: “Aí vem uma quadrilha de bandidos da Revista X-9”. Naquele tempo, os batuqueiros não eram vistos com bons olhos.

     No Carnaval daquele ano o grupo desfilou pelas ruas do bairro e no dia 1º de maio transformou-se em escola de samba, conservando o fortuito cognome X-9. O grupo saiu pela primeira vez da Rua Almirante Tamandaré nº 9 e posteriormente, já escola, ficou provisoriamente no número 104 da mesma rua. Do ponto final do bonde da linha 5, na Vila Macuco, foi para junto do final da Linha 15, na Bacia do Macuco, reduto da pesada, onde predominavam os botequins, a malandragem e as batucadas.

     Tendo surgido numa época romântica e aventureira (de guerra), cheia de preceitos e preconceitos, participou da chamada resistência do samba, uma vez que, naqueles áureos tempos, os batuqueiros não eram vistos com bons olhos e enquadrados como malandros e desordeiros. Em 1946 a pequena escola foi para o número 94 da Almirante Tamandaré, tendo sido até então adotada pelo casal Cabo Roque - Tia Inês, incorporando-se definitivamente naquela modesta e acolhedora casa através de um místico e maravilhoso ciclo, consagrando-se como um verdadeiro reduto de bambas, um relicário do samba.

     Já vitoriosa em Santos, foi disputar concursos em São Paulo, a partir de 1948, tornando-se a primeira escola de samba do Interior a triunfar na capital bandeirante. Prosseguiu com toda a sua mística nos anos 50, destacando-se, inclusive, na capital paulista, iniciando ainda, em meados daquele decênio, um intercâmbio com o mundo do samba do Rio de Janeiro.

     Pela sua constante atividade, a casa da legendária Tia Inês ganhou a pomposa denominação de Quartel General do Samba Praiano Bandeirante, onde, no despontar dos anos 60, deu início ao movimento de se fazer samba o ano inteiro, inclusive comemorar o I Dia Nacional do Samba (2 de dezembro de 1963).

     Como não possuía quadra ou sede, por 30 anos, tudo aconteceu no quintal da própria casa de tia Inês (R. Almirante Tamandaré, 94). Em 1975, a Escola mudou-se para a Av. Siqueira Campos. Uma das figuras mais tradicionais, Cabo Roque, considerado o sambista mais velho do Brasil, morreu em 2002.

     Dois fatos marcantes ocorreram ainda na década de 60: o batismo do seu pavilhão, que foi sacramentado pela tradicional Estação Primeira da Mangueira, sua escola-madrinha, e quando teve a primazia de desfilar como convidada de honra no Carnaval em Maio no Méier, consagrando-se então (1968) na capital do samba.

     Campeã em: 1973, 1975, 1976, 1977, 1978, 1979, 1981, 1983, 1990, 1995, 1996 e 1998.

 


Carnavais

Ano Enredo Classif. Grupo Letra MP3
1954 Pioneiros do Samba 1
1955 Exaltação a Henrique Dias 1
1956 Heróis da Invasão Holandesa 1
1957 Sua Majestade o Samba 1
1958 O Samba em Festa 1
1959 A Voz do Samba 1
1960 1
1961 Apoteose do Samba 1
1962 Exaltação ao Samba 1
1963 A Epopéia do Samba 1
1964 Santos, Seus Fundadores e Seus Filhos Ilustres 1
1965 Exaltação ao Rio de Janeiro 1
1966 Heróis de Vila Rica 1
1967 A História da Rosa de Ouro 1
1968 O Patriarca da Independência 1
1969 As Minas de Prata 1
1970 O Chafariz da Coroação 1
1971 Alegrias da Bahia, Suas Lendas e Tradições (Campeonato Cancelado por Motivo de Muita Chuva) - 1
1972 Festival Gaúcho 1
1973 Antologia do Samba 1
1974 Corte do Maracatu 1
1975 A Beleza das Águas 1 Letra 1975
1976 Hoje é Dia de Feira 1
1977 Viva o Verde 1
1978 Hoje Tem Marmelada? 1
1979 Amor, Saúde e Negócio 1
1980 Viagem ao País de São Saruê 1
1981 Reinação é Rei e Povo....e Vamos Contar de Novo 1
1982 Alvor, a Primeira Luz da Manhã 1 Letra 1982
1983 Quando o Verão Chegar 1
1984 Sua Benção Madrinha 1 Letra 1984
1985 Quem Tem Medo Não Sai de Casa 1
1986 Currupiu dos Mestres 1 Letra 1986
1987 Até Parece Piada 1 Letra 1987
1988 Tem Palmeiras Onde Canta o Sabiá 1 Letra 1988
1989 Lixo e Luxo 1
1990 É Disso Que Eu Gosto 1 Letra 1990
1991 S.O.S. Planeta Terra 1 Letra 1991
1992 Saúde é o que Interessa 1 Letra 1992
1993 Parem o Mundo Que Eu Quero Descer 1 Letra 1993
1994 Uma Epopéia no Asfalto 1 Letra 1994
1995 Memórias da Rua XV 1
1996 De Amargo Basta a Vida 1 Letra 1996
1997 Brincar Até Onde o Sonho Deixar 1    
1998 Além do Arco-Íris 1    
1999 Não Houve Desfile Oficial - - - -
2000 Influência Italiana em Nossa História 1 Letra 2000  
2001 Não Houve Desfile Oficial - - - -
2002 Não Houve Desfile Oficial - - - -
2003 Não Houve Desfile Oficial - - - -
2004 Não Houve Desfile Oficial - - - -
2005 Não Houve Desfile Oficial - - - -

2006

Eh! Pagu, Paixão de Fazer Doer 1 Letra 2006  

2007

Porto, Boemia e Nostalgia 1 Letra 2007  
2008 Nas Quebradas do Mundaréu, Plínio Marcos Um Sonho de Amor e Liberdade 1 Letra 2008 Áudio
2009 Vila Maria, Explosão de Alegria, no Balanço da Magia faz Brilhar Meu Carnaval 1 Letra 2009  
2010 Se a palavra tem mandinga, vem do Banto a nossa ginga 1 Letra 2010  
2011 A X-9 pioneira, saúda Tanah Corrêa e a arte na cultua brasileira 1 Letra 2011
2012 O Majestoso Palco Negro - "A Noite" 1 Letra 2012
2013 Bem ou mal mas fale de mim - Sou X-9 até o fim (Desfile Não Competitivo) - 1
2014 Bem ou mal mas fale de mim - Sou X-9 até o fim 1 Letra 2014
2015 Tudo que vi lá, aprendi... De navio trouxe para aqui e hoje bato palmas para ti! 1 Letra 2015
2016 A X-9 Acredita: Monte Serrat, um Abençoado Cartão da História e da Vida Santista! 1 Letra 2016
2017 Um grito heroico de um povo 1 Letra 2017
2018 Armonial, a nobreza da arte nordestina no reino do carnaval 1 Letra 2018
2019 Adoniran Barbosa Em Crônicas da Vida – Resiste o Samba; Renasce o Artista 1 Letra 2019
2020 Bertioga - O Berço da História do Brasil 1 Letra 2020
2021 Não Houve Desfile Oficial - - - -
2022 Não Houve Desfile Oficial - - - -
2023 Eu Andarei Vestido e Armado Com Suas Armas! Salve Jorge! 1 Letra 2023
2024 Meu Nome É Favela 1 Letra 2024