G.R.C.E.S. (Grêmio Recreativo Cultural Escola de Samba)
X-9 |
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Fundação: 01/05/1944 | |
Cores: Verde, Vermelho e Branco | |
Títulos: |
Dentro dos padrões que definem uma agremiação carnavalesca como uma escola de samba, a X-9 foi a primeira a surgir em toda a região. Existem relatos que enumeram, entre 1936 e 1941, a ocorrência de atividades envolvendo antigos sambistas que, supostamente, teriam criado escolas de samba. Nenhum deles, porém, evidencia que, antes da X-9 tenha existido uma agremiação que possa ser definida como as escolas de samba que conhecemos.
Quanto ao pioneirismo da X-9, é preciso esclarecer que as agremiações surgidas anteriormente (Não é o que dizem, 39; Dois Pingüins, 40; Número 1 do Canal 3, 41 e Aí Vem Favela, 42), não passavam de meros grupamentos de samba, com cerca de 40 a 60 componentes. A X-9 também teve a mesma origem, mas logo ganhou nova e definitiva configuração.
Primeira na Baixada, a X-9 também é uma das pioneiras no Brasil. A mãe de todas as escolas é a Deixa Falar, fundada em 1928, pelo imortal Ismael Silva, responsável também pela criação da expressão Escola de Samba. Vizinha Faladeira, outra agremiação também extinta como a Deixa Falar, também está entre as primeiras. Mangueira e Portela vieram no rastro.
A X-9 foi efetivamente fundada em 1º de maio de 1944, mas sua origem remonta aos carnavais de 39 a 41, quando da existência do Rancho Carnavalesco dos Carvoeiros, fundado por estivadores. Esse Rancho deu origem ao Conjunto Mensageiros do Samba e pouco depois a um grupamento de samba, que saia da Rua Almirante Tamandaré, no Macuco. O nome X-9 vem de uma revista policial da época. Um pequeno grupo de batuqueiros (Manezinho, Catarina, Acácio e outros) foi animar um baile pré-carnavalesco do Santos Dumont F.C, em 44. Logo na entrada, o percussionista da Banda que tocada no clube, Waldomiro da Silva Ferreira, o Tricolor, emitiu um gracejo que acabou dando nome à primeira das escolas de samba de Santos: “Aí vem uma quadrilha de bandidos da Revista X-9”. Naquele tempo, os batuqueiros não eram vistos com bons olhos.
No Carnaval daquele ano o grupo desfilou pelas ruas do bairro e no dia 1º de maio transformou-se em escola de samba, conservando o fortuito cognome X-9. O grupo saiu pela primeira vez da Rua Almirante Tamandaré nº 9 e posteriormente, já escola, ficou provisoriamente no número 104 da mesma rua. Do ponto final do bonde da linha 5, na Vila Macuco, foi para junto do final da Linha 15, na Bacia do Macuco, reduto da pesada, onde predominavam os botequins, a malandragem e as batucadas.
Tendo surgido numa época romântica e aventureira (de guerra), cheia de preceitos e preconceitos, participou da chamada resistência do samba, uma vez que, naqueles áureos tempos, os batuqueiros não eram vistos com bons olhos e enquadrados como malandros e desordeiros. Em 1946 a pequena escola foi para o número 94 da Almirante Tamandaré, tendo sido até então adotada pelo casal Cabo Roque - Tia Inês, incorporando-se definitivamente naquela modesta e acolhedora casa através de um místico e maravilhoso ciclo, consagrando-se como um verdadeiro reduto de bambas, um relicário do samba.
Já vitoriosa em Santos, foi disputar concursos em São Paulo, a partir de 1948, tornando-se a primeira escola de samba do Interior a triunfar na capital bandeirante. Prosseguiu com toda a sua mística nos anos 50, destacando-se, inclusive, na capital paulista, iniciando ainda, em meados daquele decênio, um intercâmbio com o mundo do samba do Rio de Janeiro.
Pela sua constante atividade, a casa da legendária Tia Inês ganhou a pomposa denominação de Quartel General do Samba Praiano Bandeirante, onde, no despontar dos anos 60, deu início ao movimento de se fazer samba o ano inteiro, inclusive comemorar o I Dia Nacional do Samba (2 de dezembro de 1963).
Como não possuía quadra ou sede, por 30 anos, tudo aconteceu no quintal da própria casa de tia Inês (R. Almirante Tamandaré, 94). Em 1975, a Escola mudou-se para a Av. Siqueira Campos. Uma das figuras mais tradicionais, Cabo Roque, considerado o sambista mais velho do Brasil, morreu em 2002.
Dois fatos marcantes ocorreram ainda na década de 60: o batismo do seu pavilhão, que foi sacramentado pela tradicional Estação Primeira da Mangueira, sua escola-madrinha, e quando teve a primazia de desfilar como convidada de honra no Carnaval em Maio no Méier, consagrando-se então (1968) na capital do samba.
Campeã em: 1973, 1975, 1976, 1977, 1978, 1979, 1981, 1983, 1990, 1995, 1996 e 1998.
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